Alunos de Camobi replicam bancos vermelhos e reforçam combate à violência contra a mulher

Alunos de Camobi replicam bancos vermelhos e reforçam combate à violência contra a mulher

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

Alunos do 3º ano.

Uma escola do Bairro Camobi, em Santa Maria, está mostrando que a conscientização sobre violência contra a mulher pode e deve começar cedo. Ao longo de 2025, os 120 estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Padre Gabriel Bolzan participaram de atividades sobre o tema. Entre elas, uma ação do 3º ano chamou atenção: os alunos reproduziram em miniatura os bancos vermelhos que estão sendo instalados em diferentes pontos da cidade.

O movimento dos bancos vermelhos nasceu em 2016, na Itália, e se espalhou pelo mundo como símbolo do enfrentamento à violência de gênero. Agora, alcança também as atenções de crianças da rede municipal 


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Educação e acolhimento

A proposta foi levada à turma de 20 alunos pela professora e mestranda em políticas públicas e gestão educacional Marciely Gutierres de Oliveira. Ela explica que sua própria trajetória reforça o compromisso com a causa:

— Sofri duas tentativas de feminicídio e abracei essa luta. Ao longo deste ano, desenvolvemos várias atividades com a participação de alunos, professores, famílias e toda a comunidade escolar, e isso tem dado muito resultado. Meu trabalho de mestrado tem como foco trazer a escola como rede de apoio ao enfrentamento da violência doméstica

Alunos do 3º ano. Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

De acordo com Marciely, o uso de recursos visuais e criativos facilita a aproximação de um tema tão sensível para o público infantil.


Pelo olhar das crianças

As maquetes que fazem referência aos bancos vermelhos foram elaborados em sala de aula, mas seguiram para as casas dos estudantes. Para a professora, essa etapa foi fundamental:

— Quando um projeto toca os alunos, eles querem levar para casa. Minha esperança é plantar uma semente para que uma nova geração transforme esse cenário. Um aluno me pediu para anotar o Disque 180 porque ele não queria esquecer. Disse que, ao ir para a casa da avó, contaria para ela, pois várias mulheres que moravam perto precisavam saber do número — relembra Marciely.


Outras ações na escola

A Emef Padre Gabriel Bolzan mantém um trabalho contínuo voltado à igualdade de gênero. Além dos bancos vermelhos, já foram desenvolvidos:

Alunos do 3º ano na atividade com cartaz. Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução
  • Cartazes de conscientização sobre o fim da violência contra a mulher
  • 4º ano: desconstruiu contos clássicos da literatura 
  • 5º ano: analisou letras de músicas

Projetos futuros

Para 2026, duas grandes ações estão em planejamento para o Mês da Mulher. Uma delas é o "Buzinaço Delas", que pretende mobilizar a escola, o bairro e a comunidade em uma caminhada até o Arco da Universidade Federal de Santa Maria, como ato de paz e de conscientização.

O significado dos bancos vermelhos

Cada banco simboliza o espaço vazio deixado por uma mulher vítima de feminicídio. A cor remete ao sangue das vítimas e funciona como alerta permanente contra a morte de mulheres. Instalados em locais de grande circulação, os bancos costumam trazer frases de conscientização e orientações de canais de denúncia, como o Disque 180.

Criado na Itália em 2016, o movimento chegou ao Brasil em abril de 2024. 


📍 Onde há bancos vermelhos em Santa Maria

  • Calçadão Salvador Isaia – desde 2 de agosto (1º)  – leia mais aqui. 
  • Fórum de Santa Maria – instalado em 28 de novembro – aqui
  • Paccini Moda Íntima – desde 25 de novembro (primeiro espaço privado do município) – aqui.
  • Universidade Federal de Santa Maria – instalado em 4 de dezembro – aqui 


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